Segundo o nosso amigo dicionário michaelis, ciúmes é um sentimento negativo provocado por receio ou suspeita de que a pessoa amada dedique seu interesse e/ou afeto a outrem.
Há uns anos eu já escrevi sobre o ciúme nesse artigo, mas hoje senti necessidade de falar mais um pouco, pois no “Confissões de uma ciumenta” só abrangi o ciúme em relação ao companheiro/a. Nesse post quero falar de ciúmes de coisas, objetos estimados.
Eu não me considero egoísta, mas se olhar pelo lado do ciúme, sou sim. E muito. Tenho ciúmes das coisas que ganho, das coisas que compro, enfim, tenho muito ciúme das minhas coisas. Sou possessiva em relação as minhas coisas.
Parece estranho, mas eu sei exatamente onde deixo as coisas e, se alguém mexer e colocar 1cm fora do lugar ou numa posição diferente eu sei que mexeram e já fico com um sentimento inexplicável. Não é raiva da pessoa, simplesmente não gosto que mexam e usem minhas coisas sem meu consentimento. E, se consinto, muitas das vezes é com o coração apertado.
Pode ser marido, filho, irmã…
Minha irmã sabe bem disso, pois sofreu comigo na adolescência. Naquela época era bem pior, pois se eu sentisse que ela havia usado por exemplo, um calçado meu, às vezes eu preferia jogar fora a voltar a usar ou dar para ela.
Hoje em dia melhorei bastante. A minha irmã pode usar minhas coisas que não tenho nenhum sentimento ruim. Mas talvez por morarmos longe, então quando nos encontramos é só festa, rsrs.
Ferramentas de trabalho? Nossa, como dói quando tenho que deixar alguém usar…, mas fazer o que neh?!?!?
Ter que dividir minhas coisas é como tirar uma lasquinha de mim cada vez que isso acontece. E fico muito triste quando percebo que usou algo meu e não usou com o cuidado que uso ou deixou de alguma forma de maneira que possa danificar.
Se já fiz algum tratamento para isso? Não, nunca. Gosto de ser assim. Zelo pelo que batalhei para conseguir ou que ganhei de presente de alguém que me estima. Não acho que um tratamento seja a solução. Eu creio que a solução é o respeito as coisas do outro, ao espaço do outro. Existem pessoas muito espaçosas, que não sabem respeitar os limites, os espaços, não sabem respeitar a pessoa do outro.
Agora, tem uma coisa que eu mesma não entendo. Sou capaz de tirar a roupa do corpo e dar para alguém. Sem nenhum sentimento de perda ou ciúmes. Sou desapegada das coisas. O ciúme é do que me pertence. A partir do momento que dei ou doei, já não me pertence mais. Sou de boa quanto a isso.
Creio que o que me incomoda mesmo é o que falei acima: a falta de respeito e limite.
Infelizmente é assim. Preciso me adaptar? Preciso, mas não sou obrigada a aceitar.
E você, como lida com o ciúme?
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